segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Mídia amestrada e comprometida evita falar da devassa da justiça sobre Andrea Matarazzo e outros tucanos

MÍDIA aMESTRADA ESCONDE DEVASSA EM ANDREA matarazzo, O FAZ TUDO DO PSDB

Fonte: brasil 247




Segundo vereador mais votado de São Paulo e do Brasil, com 117 mil votos, titular da Secom e embaixador do Brasil em Roma no governo Fernando Henrique, de quem foi tesoureiro da campanha à reeleição, secretário de Energia de Mario Covas, chefe das Subprefeituras com José Serra e secretário de Cultura de Geraldo Alckmin; largo currículo do polivalente Andrea Matarazzo não foi suficiente para que seu nome fosse destacado pela mídia tradicional na notícia da quebra, pela Justiça, de seus sigilos bancário e fiscal sob suspeita de envolvimento no escândalo de corrupção Alstom-Siemens; Veja.com, após o surgimento do fato, optou por tratar de assunto econômico (acima); seria como informar que a AP 470 tem 42 réus, sem lembrar que os famosos José Dirceu, José Genoíno e Delúbio Soares, do PT, estão entre eles; dá para entender de onde Andrea retira toda essa influência para proteger-se?; investigação formal, agora, vai ajudar a responder estas e outras interrogações
30 DE SETEMBRO DE 2013 ÀS 21:02
Brasil 247 Por que o vereador Andrea Matarazzo tem tanta força na mídia tradicional?

O que fez dele um homem tão forte, desde o início de sua carreira política, na mais alta cúpula tucana?
Como ele conseguiu começar por cima sua carreira na vida pública, em 1991, e cumprir uma trajetória ascendente, ininterrupta e repleta de poder, nos últimos 22 anos, em todas, sem exceção, as administrações tucanas no plano federal (Fernando Henrique), estadual (governos paulistas de Mario Covas, José Serra e Geraldo Alckmin) e municipal (gestões Serra e Gilberto Kassab)?
Por ser sobrinho-neto do histórico conde Francesco Matarazzo?
Ou por ser repositário de segredos bem guardados no ninho tucano paulista, ao menos até o estouro das denúncias do escândalo Alstom-Siemens, de desvio de verbas e corrupção no sistema de transportes públicos em São Paulo?
Estas e outras interrogações poderão ser mais precisamente respondidas a partir de agora.
Nesta segunda-feira 30, a Justiça determinou a quebra dos sigilos fiscal e bancário de Matarazzo, além de dez outros suspeitos de envolvimento no escândalo que abala o moral dos tucanos paulistas. A maioria dos nomes é de gente desconhecida do público brasileiro (lista abaixo), entre os quais executivos das duas multinacionais envolvidas no esquema. Há, além deles, o nome do ex-presidente do Metro José Fagali Neto.
Mesmo sendo o personagem, disparado, de maior peso nesta turma da pesada, como prova da influência de Matarazzo na mídia tradicional seu nome ficou de fora dos títulos de destaque dos portais UOL, IG e G1.
Essas fontes noticiaram o fato, na tarde desta segunda 30, após a informação, levantada pelo jornalista Fausto Macedo, ter sido dada em primeira mão no Estadão.com.
Registre-se: na própria página virtual do jornalão paulista, porém, o nome de Matarazzo igualmente foi poupado do devido destaque.
Do ponto de vista jornalístico, noticiar, com a máxima discrição possível, a devassa que está para ser iniciada na vida financeira e tributária de Andrea Matarazzo não se justifica, seja qual for o ângulo pelo qual se examine a questão. Afinal, ele mesmo foi saudado, pela mesma mídia, no final do ano passado, como o segundo vereador mais votado de São Paulo e do Brasil, graças aos mais de 117 mil votos na eleição paulistana do ano passado.
Entre os tucanos, Matarazzo sempre foi o campeão. Um verdadeiro faz tudo. Além do feito político de, em sua primeira tentativa, bater todos os outros concorrentes do partido, Matarazzo é um polivalente do setor público tucano: foi secretário de Energia e presidente da estatal Cesp no governo Mario Covas, ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social do governo Fernando Henrique, do qual também foi embaixador em Roma, secretário municipal de Serviços, primeiro, e das Subprefeituras, em seguida, na gestão de José Serra na Prefeitura paulistana, e, ufa!, secretário estadual de Cultura na gestão de Geraldo Alckmin.
Constaria de qualquer manual de jornalismo que uma notícia do porte da quebra de sigilos de um tucano como Matarazzo, dentro do pacote do rumoroso escândalo Siemens-Alstom, deveria ser um chamariz de leitura. Mas, do ponto de vista de sintonia com os tucanos, é, de fato, melhor que ele não apareça tanto quanto deveria. Não pega bem...
Para efeito de comparação, seria como se todos esses portais da mídia tradicional noticiassem que a Ação Penal 470, em julgamento no Supremo Tribunal Federal, analisa o envolvimento em corrupção de 42 réus. E não, como aconteceu, dos ex-presidente do PT José Dirceu e José Genoíno, e do ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares.
Qual é a notícia mais forte: 42 réus são julgados na AP 470 ou Dirceu, Genoíno, Delúbio e outros 39 são réus no Supremo?
A resposta é óbvia.
Há, ainda, uma agravante. Assim como Delúbio foi tesoureiro do PT, Matarazzo foi apresentado, na campanha de reeleição de Fernando Henrique, em 1998, também como tesoureiro da campanha tucana. Ele nunca teve receio de arrecadar dinheiro para seu partido.
A quebra de seu sigilo bancário fornecerá informações importantes sobre sua eventual participação no escândalo Alstom-Siemens. Mas não apenas. Poderá esclarecer muito sobre o modus operandi do partido no poder.
Além de todos os cargos, Matarazzo desfruta da intimidade dos mais emplumados tucanos. Com Mario Covas, de quem era difícil divergir, o atual vereador foi um secretário de Energia e presidente da Cesp que privatizou a companhia por um modelo muito criticado na ocasião, inclusive com críticas do próprio governador. Considerada a estatal mais bem estrutura do Estado, a Cesp foi fatiada em 11 partes, sendo arrematada pelo mercado a preços que poderiam ser bem maiores do que os valores apurados no encerramento das operações que liquidaram a estatal, segundo especialistas do setor.
Diante do anti-tabagista militante José Serra, Matarazzo deu impressionantes mostras de segurança ao, em diferentes ocasiões, baforar a fumaça de seus cigarros sobre o rosto do ex-ministro da Saúde. Quem poderia fazer isso sem medo de uma reprimenda humilhante?
O pai de Andrea, Giannandrea Matarazzo, morto em 2011, foi presidente do Conselho Administrativo do colégio Dante Aliguieri, talvez o mais tradicional de São Paulo, e da sua associação de ex-alunos. Durante sua gestão neste último cargo, surgiram denúncias de desvios de verbas. O caso foi noticiado pelo jornal Folha de S. Paulo num dia e, em seguida, nunca mais apareceu em sua páginas. Nova prova de forte influência do tucano que poderá ser melhor compreendida a partir de agora.
A seguir, lista dos 11 nomes cujos sigilos bancário e fiscal foram quebrados pela Justiça nesta segunda 30:
Andrea Matarazzo, Eduardo José Bernini, Henrique Fingerman, Jean Marie Marcel Jackie Lannelongue, Jean Pierre Charles Antoine Coulardon, Jonio Kahan Foigel, José Geraldo Villas Boas, Romeu Pinto Júnior, Sabino Indelicato, Thierry Charles Lopez de Arias e Jorge Fagali Neto, (ex-presidente do Metrô).

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Caetano Veloso sobre os leitores de Reinaldo Azevedo e Olavo de Carvalho


Caetano Veloso está certo sobre os leitores de Reinaldo Azevedo



Obs.: O texto original de Caetano Veloso está reproduzido ao fim do primeiro, o comenário de Paulo Nogueira


Texto de Paulo Nogueira

Caetano Veloso machucou Reinaldo Azevedo. Magoou. Feriu.
Em sua coluna no Globo, ao falar sobre direita e esquerda no Brasil, ele disse que Azevedo parece se alegrar em ser lido por malucos que acham que a Globo está a serviço do comunismo internacional.
Foi uma definição dura, precisa e nada lisonjeira do público que Reinaldo Azevedo gosta tanto de invocar.
Num texto sobre as revelações de Glenn Greenwald veiculadas no Fantástico, muitos leitores de Azevedo disseram que a Globo estava cada vez mais à esquerda.
Pausa para risada.
Semanas atrás, sobre o mesmo assunto, eu dissera algo parecido sobre as pessoas que frequentam o blog: Reinaldo Azevedo escreve coisas repulsivas para leitores repulsivos.
Tinha me chamado a atenção, particularmente, o conteúdo homofóbico, preconceituoso e ignorante dos leitores de Azevedo ao comentar um texto sobre o parceiro de Greenwald, que fora detido em Heathrow.
Caetano fez uma conexão entre os leitores de Azevedo e os do filósofo, aspas, Olavo de Carvalho. Para os últimos, de acordo com Caetano, o NY Times é um perigoso agente do comunismo.
Nova pausa.
Outro blogueiro da Veja, Rodrigo Constantino, entrou na briga. Sua maior contribuição – além de sugerir que Caetano está senil – foi apoiar a hipótese de que o NY Times é realmente subversivo.
Bem, sobre o comunismo da Globo Constantino silenciou.
Reinaldo Azevedo parece transmitir a seus leitores com desvelo a chamada ignorância enciclopédica. Nos últimos dias, por exemplo, foi cômico vê-los combater, como se fossem Cíceros, as bases do voto com o qual Celso de Mello aprovou os embargos infringentes. Não sei se Mello agradeceu pelas aulas recebidas, em jurisdiquês, de Azevedo e amigos de jornada.
No texto que doeu em Reinaldo Azevedo, Caetano Veloso citou uma frase de Paulo Francis. Francis, em sua monumental arrogância, dizia que leitor que escreve carta para jornal só entrava a bala em sua casa.
É um absurdo, naturalmente. Mas no caso específico dos leitores de Reinaldo Azevedo – um grupo pequeno e ruidoso que costuma perder todas as eleições e cujo poder de convencimento fora do gueto exíguo é zero – a frase de Paulo Francis até que faz sentido.
Eles são grosseiros, toscos, desinformados, egoístas, maldosos. Torcem fanaticamente pelo câncer dos “petralhas”. Parecem acreditar que vivemos numa ditadura “bolivariana” e que os médicos cubanos são espiões comunistas.
Como o padrão dos comentários é constante, suponho que sejam sempre as mesmas pessoas que se conectam o tempo todo ao blog e ali se animam a compartilhar diariamente suas convicções com a humanidade.
O nível conta muito sobre o próprio Reinaldo Azevedo, uma vez que é ele quem aprova – ou censura – cada comentário. O que ele publica é, portanto, o que ele tem de melhor a oferecer no que diz respeito ao cérebro de seus seguidores.
Caetano Veloso não poderia estar mais certo.
Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira, baseado em Londres, é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.
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Interessante


Caetano Veloso

Fonte:   http://oglobo.globo.com/cultura/interessante-9962814


O espaço para comments na internet é, em geral, um paraíso para os que têm parafusos a menos

RIO - Gostaria de ter tido tempo para refletir antes de escrever. Mas aconteceu o contrário. Trabalhos dobrados se sobrepõem à montanha de assuntos de que eu queria poder tratar aqui hoje. Então vai tudo sem reflexão mesmo (não que isso seja uma novidade nesta notoriamente caótica coluna). Claro que vi um bom número de tweets ofensivos à minha pessoa por causa da foto com máscara tipo Black Bloc. E posts longos de blogueiros variados. 

Não vou evitar comentar: resumo dizendo que tudo parece maluquice pura. E lembrando que Paulo Francis dizia que quem escreve cartas para a redação é doido: o espaço para comments na internet é, em geral, um paraíso para os que têm parafusos a menos. Mas coisas mais interessantes do que eu mesmo se impõem. Um comentário de acompanhante de famoso blog direitista (o do Reinaldo Azevedo, que, não sei por que, se alegra em fazer sucesso com aquele tipo de plateia) protesta contra a manobra “esquerdista” da TV Globo ao pôr no ar, no “Fantástico”, reportagem sobre a espionagem americana no Brasil. Para ele, a TV Globo é um veículo da conspiração comunista internacional. O que, para nós brasileiros, soa mais estapafúrdio do que as reiteradas afirmações de Olavo de Carvalho sobre o “New York Times”, que ele retrata como uma espécie de braço do movimento comunista. A Globo, que os blogs de esquerda — e muitos manifestantes de rua — chamam de líder da mídia golpista, da trama que o venerável Mino Carta, dono da “Veja” do Lula, denuncia semanalmente. (O fato é que compro sempre uma “Veja” e uma “Carta Capital” para ler no avião — além da “The Economist” — quando tenho de cantar “Abraçaço” em distantes cidades brasileiras ou não brasileiras: preciso saber o que dizem os chamados dois lados para poder me manter centrista aqui.).

Porém, mais do que essas loucuras propriamente brasileiras, me impressionou um documentário russo que vi na internet, prefaciado por um nosso compatriota que se diz comunista. Para um velho como eu, parecia um pesadelo que se passasse na Guerra Fria. É tudo tão louco que não sei se o link para tal vídeo me foi enviado por alguém que foi comigo e Sidney Waismann falar com Beltrame ou se foi sugerido por outro comentarista do Azevedo (perdi muitos e-mails dos diálogos com a turma boa que foi à Central — e procurar no blog da “Veja” o comment em que talvez estivesse a sugestão me tomaria horas que não tenho). Mas dei busca no YouTube e achei: trata-se do site chamado “comunista” (www.comunista@spruz.com), e o documentário é da TV russa. Soldados do exército regular da Síria aparecem dançando passos folclóricos da região, empurrando crianças em balanços sob árvores, namorando à beira de riachos límpidos. Depoimentos de cidadãos civis sírios dão conta de que o país era, até a entrada dos rebeldes, um exemplo de paz e tolerância, sem nenhum traço de tensão entre grupos religiosos, um ambiente de doce camaradagem. Os rebeldes, segundo a versão da TV russa, não têm nada que se pareça com a Primavera Árabe, nem mesmo com a Síria, sendo todos mercenários a soldo do Qatar e dos EUA. O prefaciador brasileiro diz que essa é uma visão mais realista da guerra civil síria, que a imprensa ocidental só diz que os rebeldes lutam pela democracia. Bem, eu leio muita coisa da imprensa ocidental e, da “Economist” à “Carta de Mino”, passando pelo “Globo” e a “Folha”, nunca fiquei com a imagem de que os levantes sírios — por mais simpáticos que parecessem logo ao eclodirem — fossem harmônicos e tivessem a democracia como motivação única (ou mesmo principal) e como meta indisputável. Mas o crítico da imprensa ocidental que fala no vídeo não se peja de reafirmar o que diz o documentário pós-soviético: que os rebeldes sírios são homogeneamente maus e motivados apenas pelo dinheiro que recebem de fora.

É incrível que um documentário tão demagógico em seu tom quanto os filmes de propaganda do 
período stalinista seja anunciado como revelador da verdade que a imprensa “livre” oculta.

Hoje (sexta) acordei para as notícias de que Putin propõe que Assad entregue as armas aquímicas (ué, mas não disseram que não havia e que tudo era invenção dos americanos, como no caso do Iraque?) e que o supermandante sírio responde com o pedido de prazo de um mês, o que o governo americano não aceita.
Enquanto isso, 5x5 no STF, sentimentos cruzados no petismo e no antipetismo. Se houver ainda manifestações, ou seja, se nós da classe média (que, ao contrário de Marilena, eu respeito e amo) não desistirmos de gritar por medo dos BBs de Cora, o que será dito sobre Barroso e Barbosa? Não resta dúvida de que vivemos um tempo preocupantemente interessante. Talvez demais para o meu gosto.


sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Sobre a diminuição da influência da "grande" imprensa

Sobre a diminuição da influência da grande imprensa
sex, 20/09/2013 - 08:37 - Atualizado em 20/09/2013 - 18:32



O vinho prometido pelo  colunista Carlos Alberto Sardenberg ao jornalista Merval Pereira caso os réus "entrarem em cana este ano" demonstra que mais uma vez o vinho prometido por certos setores da sociedade sempre azeda antes das comemorações.

Eles não influenciam mais os rumos dos país.

Foi assim quando a grande midia perdeu constantes eleições para Lula, Dilma, Haddad,...

Não levou a população às ruas, o fracasso da convocação da grande manifestação de sete de setembro.

As manifestações de junho que ela quis demonstar como sendo dela, o tempo clareou e os seus jornalistas primeiro tiveram que ir sem os seus emblema nos microfones, depois com minusculos celulares, para enfim filmarem em helicópteros.

Escolheram sete de setembro para filmar o desfile "patriótico e nacionalista" enquanto os réus do mensalão eram filmados algemados e sendo conduzidos para as cadeias; mais um vinho prometido que azedou.

A grande mídia ajuiza vários processos contra os blogs alternativos tentando amordaçá-los e eles continuam "bombando" e cada vez mais.

Tentaram evitar os Embargos Infringentes e o decano, um dos ministros mais incensados por ela, deu um voto magistral, inclusive demonstrando as tentativas da grande mídia de emparedá-lo. Disse Celso de Mello:

"[Juízes] não podem deixar contaminar-se por juízos paralelos resultantes de manifestações da opinião pública que objetivem condicionar a manifestação de juízes e tribunais.(...)"

Por fim uma homenagem àquele que desde o início vem sendo diariamente bombardeado pela grande mídia por defender direitos inalienáveis em qualquer julgamento democrático e apontar, muitas vezes solitariamente, os erros e vícios do julgamento. Lewandowski, para você:

"Toda verdade passa por três estágios.
No primeiro, ela é ridicularizada.
No segundo, é rejeitada com violência.
No terceiro, é aceita como evidente por si própria."

Arthur Schopenhauer

E para os que se iludem com as mentiras em tom de verdades ditas pela mídia e criticam os frequentares de blogs alternativos:

"Aqui estão os loucos. Os desajustados. Os rebeldes. Os criadores de caso. Os pinos redondos nos buracos quadrados. Aqueles que vêem as coisas de forma diferente. Eles não curtem regras. E não respeitam o status quo. Você pode citá-los, discordar deles, glorificá-los ou caluniá-los. Mas a única coisa que você não pode fazer é ignorá-los. Porque eles mudam as coisas.(...)".

Foram esses loucos, desajustados, criadores de caso, comentaristas e jornalistas dos blogs alternativos que ousaram demonstrar os erros cometidos pelos nossos juizes do STF na busca de oferecer o sangue dos réus pedido pela grande mídia para que brindassem no mesmo cálice do vinho de Sardemberg. Perfilando com  o conhecimento demonstrado pela blogosfera alternativa, Celso de Mello desmonstrou item por item os graves e pueris erros de fundamentação e conhecimento do Direito dos ministros que votaram contra a aceitação dos Embargos Infringentes. Erros de conhecimento da própria legislação que não podem ser explicados senão pela lógica de juizes acuados e chantageados pela grande mídia. Um processo de fel que azedeu o vinho prometido.


quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Em novo vídeo, Bob Fernandes comenta as lições adquiridas no tribunal do STF no caso dos embargos




O ministro Celso de Mello deu uma aula ao desempatar a votação sobre a questão dos embargos infringentes. Aula para quem acompanha o julgamento com sede de justiça e é leigo. Mas, também, aula para seus pares.

Para dentro e para fora do Tribunal, Celso de Mello lembrou que Justiça se faz com o uso da razão, e não com o fígado. Com a bílis. Não se faz Justiça com ódio, ressentimento e frustração. Mesmo que de origem legítima, como se dá no caso da larga impunidade.

A aula foi para bem além do Tribunal, do Direito, e da disputa política. Uma aula para uma sociedade que cobra punição, com razões para tanto, mas que se recusa a reconhecer responsabilidades que são também coletivas.

O ministro falou com a autoridade de quem tem sido implacável na aplicação de penas no julgamento da Ação 470, o chamado "mensalão". E de quem, podem anotar, continuará sendo implacável na sequência do julgamento.

Sem citar a história já vivida pelo mundo, inclusive na maior das guerras do século XX, o ministro advertiu: um tribunal, mesmo sendo uma representação, uma delegação da sociedade, não pode se deixar contaminar pela opinião pública. Muito menos ainda pela opinião publicada.

Até porque depois desse julgamento virão outros. Julgamentos que envolverão políticos e partidos. Alguns dos que hoje acusam, amanhã serão réus. E então, só então, defenderão racionalidade na aplicação da justiça.

No ambiente poluído e amesquinhado da política brasileira, qualquer ação ou opinião que contrarie um lado das arquibancadas provoca fúria. Instiga o ódio e o ressentimento do outro lado.

Política é paixão. Mas Política com grandeza se faz com ideias. Se faz na troca, na capilaridade com a sociedade, e não ouvindo e instigando o que há de pior na sociedade.

Nas últimas eleições, em grande parte do tempo o Brasil deixou de debater seu futuro. Perdeu-se tempo açulando os piores instintos na busca de votos. De maneira geral, ideias cederam espaço a discursos medievais, carregados de rancor e recalque. E isso se espalha.

As redes sociais, a internet, por exemplo, são democráticas na essência. Acolhem, ao menos, os que podem ter acesso. Captam de maneira ampla os sentimentos, entre eles a irritação com a impunidade.

Mas isso não significa que deve prevalecer o que há de pior: a frustração pessoal, o ressentimento como indivíduo transformado em discurso e ação política. Discurso moralizador que não resiste ao espelho. E muito menos à história de partidos e indivíduos.

Por isso, histórico o voto de Celso de Mello. O ministro julgou e seguirá julgando os réus da maneira mais dura que permitir a lei. A lei. Não o ódio, o rancor. Justiça se faz com lei. De psicose quem trata é a psiquiatria, a psicanálise.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Bob Fernandes e os paradoxos, as pressões e a hipocrisia de certos ministros do STF




Na última sessão do Supremo o ministro Celso de Mello foi escancaradamente pressionado. Pressão indireta, via citação de posição anterior do ministro, para que aceite os embargos. E pressão direta, em meio a brados, para que rejeite os embargos.
 
Quando ministros do Supremo pressionam um colega enterram uma máxima repetida por ministros do Supremo que diz: "Ministros do Supremo não cedem a pressões".
 
Ora, se ministros do Supremo não cedem a pressões, por que ministros do Supremo pressionaram o ministro Celso de Mello? 
 
Recordemos exemplos do vaivém na retórica e nas práticas no Tribunal.
 
Em julho de 2008 Gilmar Mendes concedeu, em 48 horas, dois habeas corpus para o banqueiro Daniel Dantas. Banqueiro preso na Operação Satiagraha.
 
Gilmar Mendes valeu-se de razões técnicas para conceder os habeas corpus e fustigar a Operação. Seguindo razões técnicas se lixou para a opinião pública. Não considerou nem as ruas nem a agora tão citada "imagem do Supremo".
 
Sem discutir razões técnicas aqui, por falta de saber jurídico, pergunte-se: qual foi o resultado efetivo daquelas ações? Bem, por decisão posterior do Superior Tribunal de Justiça (STJ) a investigação contra o Grupo Opportunity foi praticamente sepultada.
 
Por outro lado, governos dos Estados Unidos e da Inglaterra agiram. Por falta de comprovação na origem do dinheiro retiveram US$ 550 milhões do grupo investigado. 
 
Repetindo: US$ 550 milhões. E ai? E ai… nada.
 
O mesmo Supremo, o mesmo ministro, concedeu habeas corpus a Roger Abdelmassih; o médico suspeito de estuprar dezenas de clientes na sua clínica de inseminação.
 
Habeas corpus concedido porque sustentado em razões técnicas. Não foi problema para o Supremo se o médico fugiu para o Líbano. E nem se as ruas chiaram, se gostaram ou não.
 
O banqueiro Salvatore Cacciola, que fugiria para a Itália, idem. Habeas corpus concedido por entendimento técnico, no Supremo. Que não levou em conta, porque não é essa sua função, o "clamor das ruas" contra o banqueiro.
 
O ministro Celso de Mello é o mais antigo, o decano do Tribunal. Ele condenou com dureza os réus da Ação 470, o chamado "mensalão". Na quarta-feira ele poderá aceitar ou não a tese dos embargos. Fará como bem entender, em decisão solitária. Porque esse, e só esse, é o dever dele.
 
As ruas têm direitoa, e não pouco, ao desabafo contra secular impunidade, mas pressões escancaradas no próprio Supremo e na Mídia são constrangedoras. Seja contra -em larguíssima maioria- seja a favor, essa torrente de pressões é também reveladora.
 
Revela, ao fundo, o apequenamento do debate político, e não apenas. Revela um emburrecimento que se espalha. Tudo é, tem sido motivo para a pinimba maniqueísta, hipócrita, e que gera, cada vez mais, rastros de ódio.
 
Resumo do debate que empurra o Supremo para as arquibancadas: "O seu partido é pior do que o meu… o seu partido rouba mais do que o meu".

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

A grande mídia no julgamento do Mensalão: a sentença e a execração


Do Observatório da Imprensa, 16 de setembro de2013



JULGAMENTO DO MENSALÃO

A sentença e a execração

Por Luciano Martins Costa em 13/11/2012 na edição 720
Comentário para o programa radiofônico do OI, 13/11/2012

Os jornais celebram a pena imposta ao ex-ministro José Dirceu no julgamento da Ação Penal 470, conhecida como o caso do “mensalão”. Também há profusão de referências à sentença de José Genoíno, ex-presidente do Partido dos Trabalhadores, mas todo o arsenal do discurso jornalístico é dirigido contra Dirceu.

Ele incorpora, por seu temperamento incisivo e sua absoluta dedicação à política, tudo que a imprensa detesta na alternativa de poder representada pelo PT. Pela mesma razão, ele acumulou também desafetos no próprio partido, que mal conseguem dissimular o alívio por vê-lo aparentemente exilado do núcleo mandatário.

Folha de S.Paulo e Estado de S.Paulo dedicam cadernos especiais ao assunto, que de novo tem somente a definição das penas, e aproveitam para fazer a apologia do processo sobre o qual, claramente, pesou a influência da própria mídia.

Na contramão

Destaque-se, de início, a diferença entre narrativa e discurso. A narrativa, linguagem própria da literatura, ganha validade no jornalismo quando tem como pressuposto a busca da fidelidade com relação ao fato narrado. Embora literatura e jornalismo se confundam em suas origens, já faz muito tempo que se diferenciam justamente pela narrativa.

O discurso, ao contrário, não tem relação natural com nenhum dos dois gêneros. Trata-se de uma estratégia comunicacional de convencimento. O Globo, o Estadão e a Folha oferecem, nas edições de terça-feira (13/11), uma oportunidade valiosa para a análise dessa linguagem.

Os dois jornais paulistas dedicam cadernos especiais ao acontecimento, mas é na Folha que as escolhas editoriais explicitam mais claramente o propósito da execração: não há justificativa, no campo jornalístico propriamente dito, para a decisão de ilustrar a primeira página do suplemento com uma grade de cadeia sobre o título “José Dirceu é condenado a 10 anos e 10 meses de prisão”.

Mesmo em casos muito escabrosos, em que foram expostas ao público ações de autores de crimes hediondos, são raras as ocasiões em que a imprensa chegou tão baixo.

O editorial na primeira página da Folha, outra raridade descolada para o acontecimento que a imprensa considera histórico, comemora sem pudores o que os jornais consideram uma decisão jurídica exemplar.
Há divergências na própria Folha, como a que é apresentada por Janio de Freitas sob o título “A voz das provas”, mas esse texto foi publicado no espaço comum da editoria “Poder” e não foi incluído no caderno que será guardado pelos leitores.

Janio de Freitas expõe o que considera contradições do relator do processo, ministro Joaquim Barbosa, afirmando que ele “se expandiu em imputações compostas só de palavras, sem provas”. Na contramão de praticamente toda a imprensa, Freitas não considera que o julgamento representa a refundação do poder Judiciário ou da própria República: na sua opinião, cresce o descrédito, e a decisão sobre as penalidades “decepciona e deprecia (o Supremo Tribunal Federal) – o que é péssimo para dentro e para fora do país”.

Um alívio para muitos

Oficialmente, a Folha considera que foi “um julgamento minucioso, que resulta em condenações fundamentadas solidamente em nexos fatuais e lógicos”. O jornal paulista, como seus pares, faz uma aposta em um novo futuro para a Justiça, e observa que “outros casos, a começar pelo das relações de Marcos Valério com o PSDB de Minas Gerais, terão de ser examinados sem demora”.

Poderiam ser acrescentados ainda outros casos que aguardam o mesmo empenho do poder Judiciário, como o escândalo do Banestado, o verdadeiro paradigma dos crimes financeiros e de corrupção no Brasil, mas nesse vespeiro ninguém – nem a imprensa – vai mexer.

O Estadão, que já havia criticado o que considerava excessos do ministro relator, em editorial intitulado “Os ‘barracos’ no STF” (09/11), sai com uma edição mais contida. Chama seu caderno especial de “Mensalão – um julgamento histórico”, mas oferece ao leitor uma coleção mais equilibrada de interpretações. Mesmo o texto conclusivo, uma entrevista na qual um historiador considera que o julgamento “pode mudar nossa cultura política”, evita o tom triunfalista.

A natureza da imprensa, composta basicamente de fragmentos de fatos que podem ou não compor a história e a própria cultura, não autoriza afirmações grandiloquentes como essa. Pode-se dizer também o contrário: que o Supremo Tribunal Federal exerceu o máximo de seu poder discricionário para consolidar uma campanha da imprensa, produzindo um fato jurídico que atende a conveniências políticas no campo oposicionista e no partido do governo.

domingo, 15 de setembro de 2013

Onde está a coerência dos leitores do astrólogo e filósofo sem diploma Olavo de Carvalho?

Cinismo e cegueira ideológica

 

 

Os liberais não têm apreço pela autocrítica. A patética defesa da ditadura Pinochet no Chile, sob falsas teses econômicas, é prova
 por Vladimir Safatle publicado 15/09/2013 09:58 
Uma característica interessante dos liberais, em especial os latino-americanos, é sua imunidade absoluta a qualquer forma de autocrítica. Você encontrará esquerdistas em exercícios constantes de autocrítica. Não é difícil mapear as críticas da própria esquerda aos desvios autoritários das experiências comunistas, à insensibilidade contra certas questões ligadas às liberdades individuais, à forma-partido, ao raciocínio estratégico tacanho de grupos de esquerda no governo, entre tantos outros temas. Mas você praticamente não encontrará um liberal fazendo a crítica das experiências neoliberais fracassadas dos anos 1980 e 1990, da desregulamentação dos mercados financeiros ou do aumento da desigualdade social resultante de “choques de modernização” (vejam-se os documentários "Trabalho Interno", "Katastróika" e "Capitalismo, uma história de amor", para ver os malefícios dos impessoais "choques de modernização".

Não, meus amigos, um liberal entende a autocrítica como uma confissão de capitulação. Para alguns, a confissão do erro é sinal de força, mas não para ele. Por isso sua perspectiva é antipolítica por excelência. Pois, como a política, é a reflexão a partir de contextos. Como ela é a inflexão tensa entre princípios e análise de contexto, ela é uma dimensão da ação estruturalmente falível. O que faz da primeira virtude política a autocrítica, a desconfiança de si mesmo. Sartre dizia que a filosofia era a capacidade de pensar contra si mesmo. Na verdade, esta é também uma bela definição da política.

Digo isso porque ainda me espanto com certas reações de nossos liberais. Na quarta-feira 11, o Chile lembrou os 40 anos do golpe militar que derrubou Salvador Allende e jogou o país no mais profundo período de obscurantismo de sua história. Não apenas devido aos fartamente documentados crimes contra a humanidade, como as caravanas da morte e as sessões públicas de tortura no Estádio Nacional. Relembrou não apenas o êxodo provocado (mais de 150 mil chilenos seguiram a via do exílio), mas a tentativa de moldar o país de forma a eliminar tudo o que ele tinha de debate político e de mentalidade aberta (não deixem de assistir o vídeo ao final do texto).

No entanto, quem esperava haver atualmente certo consenso supra-ideológico a respeito da barbárie que o regime Pinochet representou, enganou-se. Nunca um liberal, que no fundo viu com alívio a queda da experiência socialista e libertária de Allende, aceitará que as ditaduras latino-americanas foram simplesmente brutalidades políticas que merecem o mais firme e inequívoco repúdio. Ao contrário, eles sempre virão com o cinismo de argumentos do tipo: “Veja bem, não gosto de regimes autoritários, mas é inegável que Pinochet modernizou a economia do país, criando um Chile dinâmico e moderno”.

Na verdade, esse cinismo é a pior de todas as posições, pois tenta vender-se como análise isenta dos fatos, quando não passa, no fundo, de simples cegueira ideológica. Durante os dez primeiros anos da ditadura de Pinochet, o PIB do Chile caiu, em média, 1,1%, a despeito do auxílio financeiro maciço dos Estados Unidos. Quando o país voltou a crescer, nos últimos cinco anos da ditadura, apenas recuperou a posição que tinha décadas atrás, mas agora sem o sistema gratuito de saúde, sem a previdência pública e com um índice de desigualdade inimaginável anos atrás. Pinochet entregou um país no qual as famílias numerosas precisavam escolher qual filho iria para a escola até a universidade, porque tais famílias não tinham dinheiro para bancar a educação de todos os seus filhos. Quem fala isso é um chileno, que conhece a realidade de seu país de nascimento.

No entanto, quando escrevi isso em um artigo alguns dias atrás, deparei-me com comentários inacreditáveis, como: os anos de recessão foram necessários para “corrigir os estragos” feitos por Allende. De nada adianta esfregar na cara desses arautos da verdade todos os documentos americanos que vieram ao domínio público. Eles deixam claro, por exemplo, como o governo Nixon patrocinou uma inacreditável política de sabotagem econômica comandada pelo bandido internacional Henry Kissinger, como seus locautes, suas práticas de desabastecimento e de verdadeiras ações terrorismo de Estado. Eles falarão que tudo isso é um complô de esquerdistas internacionais para desculpar a incompetência de Allende.

Diante disso, fica claro como não se trata de contrapor argumentos com fatos, porque estamos diante de pessoas que nunca, em hipótese alguma, dirão algo como: “É, certamente, esse apoio foi um erro a respeito do qual deveríamos meditar”.

Meditem agora sobre este vídeo:
 

sábado, 14 de setembro de 2013

Imprensa golpista aproveita chincana camarada de Barbosa para pressionar Celso de Mello




JORNAIS COMEÇAM A PRESSIONAR CELSO DE MELLO


O PiG se aproveita da Chincana estabelecida por Joaquim Barbosa que impediu Celso de Mello de expor seu voto, deixando para que ele o fizesse na próxima quarta-feira, para "ter tempo de refletir"....



O Globo pede em editorial que Celso de Mello vote contra os embargos, e Folha reforça na da capa diálogo entre ministros sobre necessidade de se “ouvir a sociedade” via jornais

por Lino Bocchini 


No alto da primeira página da Folha de S. Paulo desta sexta-feira, um diálogo entre os ministros do STF Luís Roberto Barroso e Marco Aurélio Mello é reproduzido, com balões de diálogo: “Eu não estou aqui subordinado à multidão, estou subordinado à Constituição. O que vai sair no jornal do dia seguinte não faz diferença pra mim”, diz Barroso. Ao que Marco Aurélio responde: “Pois pra mim faz! Devo conta aos contribuintes”. Ou seja, na opinião de Marco Aurélio, “prestar contas aos contribuintes” significa preocupar-se com o que os jornais vão dizer no dia seguinte. Tudo isso logo abaixo do logo, a parte mais nobre do diário.

O editorial de O Globo foi mais claro, a começar pelo título: “Será difícil entender a Justiça brasileira”. Diz o jornal da família Marinho, em seu texto de opinião: “Se acolher a tese da defesa, tornará os caminhos da Justiça brasileira ainda mais incompreensíveis para a população”. E conclui: “O adiamento do desfecho ao menos dá um tempo ainda maior a Celso de Mello para continuar em suas reflexões. Considerando, como alertou Gilmar Mendes, os reflexos de sua decisão em toda a magistratura e nas próprias instituições.”

O “imortal” Merval Pereira, em sua coluna, engrossa o coro: “Caberá ao decano Celso de Mello, a solução do impasse sobre a admissibilidade dos embargos infringentes. Para tanto, ele terá que levar em conta não apenas os aspectos técnicos da questão, como também a repercussão da decisão para o próprio desenrolar do processo como até mesmo para a credibilidade do STF”.

A sessão interrompida julgava os embargos infringentes apresentados pelos réus condenados com ao menos quatro votos por sua absolvição no julgamento do “mensalão”. Caso esse tipo de recurso seja aceito, podem ter novo julgamento, entre outros, José Dirceu, José Genoino, Delúbio Soares (no crime de formação de quadrilha) e João Paulo Cunha (no crime de lavagem de dinheiro).

O Estadão, por sua vez, trouxe o texto mais revelador sobre a estratégia usada pelos ministros contrários aos recursos. Diz o jornal: “Os ministros do Supremo contrários ao novo julgamento fizeram ontem ´catimba´ para adiar o voto de desempate de Celso de Mello”. E então narra como, às 18h30 desta quinta-feira, Celso foi até Joaquim Barbosa e pediu para votar. Disse que tinha o voto pronto e não levaria mais do que 5 minutos. O presidente do STF ignorou o pedido e encerrou a sessão.

O Estadão esclarece a atitude: “Queriam adiar a decisão para, eventualmente, obter uma mudança de posição até a próxima quarta-feira, quando o caso será retomado. A estratégia foi revelada por um ministro antes do intervalo da sessão de ontem. A intenção, disse o ministro, é fazê-lo ´repensar´.”

A preocupação de alguns ministros e dos jornais para que Celso de Mello “repense” sua posição tem motivo: na primeira sessão do julgamento, em 2 de agosto de 2012, Mello disse que “não sendo um julgamento unânime, serão admissíveis embargos infringentes do julgado”. Quem resgatou a posição pública do ministro do Supremo que dará o voto de minerva foi o G1, que recuperando inclusive o vídeo da declaração de Celso.

Resta saber agora de Celso de Mello irá manter sua posição original ou, pressionado por alguns de seus pares e pela imprensa, irá “repensar” a questão.

A muy honesta e "imparcial" Revista Veja ameaça Celso de Mello


Do Tijolaço.com.br

Bateu o desespero na Veja.
A capa desta semana diz que Celso de Mello deve escolher “entre a tecnicalidade e a impunidade” e “corre risco de ser crucificado”.
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A grande mídia age como uma criança mimada que não deixa ninguém tocar em seus brinquedos. O texto da capa é mais um primor de mentira e manipulação. Embargos infringentes são um dispositivo tradicional do STF. Chamá-los de “tecnicalidade” é tucanar o linchamento. 
 Por: Miguel do Rosário